VÉU NEGRO

Cai uma lágrima de minha face,

Um silêncio perene toma-me a boca

Vela-me a imagem com olhos fundos de arte barroca,

Deixa-me a vida como se jamais me amasse.

Cai noite fria no corpo sem disfarce,

Não são desvarios de mente uma louca,

Seria grata ainda que houvesse fio de voz rouca,

Para ser ouvida ao dizer: "o quanto amarga é esse cálice”.

Caí em cima de mim, céu e terra,

Caí o meu mundo pacifico e de guerra,

Cai a cicatriz alta e o profundo corte,

Cai a alegria e tristeza da minha vida,

Cai o pouco tempo dessa vencida,

Caí eternamente no rosto, véu negro da morte.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 11/09/2012
Código do texto: T3876766
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