ESTRANHO

Pelejo, adejo pelas horas lentas, sombrias,
Do universo impossível que eu invento,
Me perco entre a realidade e a fantasia,
Me perturbo com o estranho comportamento.


Vejo escombros pelos cantos, ouço vozes vazias,
Vivo o sabor da distância, o isolamento,
Olhar após olhar, o medo se pronuncia,
Cato abismos no sem fim do firmamento.


Murmuro, me procuro nos sons de antigamente,
Furo o ponto escuro da madrugada,
Desejo a transparência do sol nascente.


Mas, só encontro projetos inconclusos, teias, nada,
Uma falta de amparo, uma dor urente,
E a sua bela presença estilhaçada.