OIÇO A CHUVA...
Oiço a chuva. No coração, sinto a neve.
Minha boca, arde de saudade e emoção
e através da minha alma, vem a revelação.
Quero. Preciso de algo que daqui me leve!
Algo que me tome, me preencha e enleve,
que supere da fome e da sede a sensação,
que em mim opere a grande transformação.
Aceitar o meu Eu. Deixar que ele se eleve!
Mas não sei o que comigo eu quero fazer,
nem como cortar o fio a que estou presa!
Só sei que, lá atrás... nada há p’ra refazer
e que, p’ra diante, tudo será uma surpresa.
Impossível me é, essa incógnita desfazer,
mas, quem sabe, se não poderei sair ilesa!...