MUSA DE BARRO

Minha musa moldada do barro,

Retorna a sua origem,

Não sente bem-estar ou vertigem,

Cruzou as fronteiras do sono bizarro.

Tem pela vida um estranho desgarro,

Não se importa com o céu azul ou fuligem,

Nem se a corrupção consome o corpo virgem,

Minha musa é poeira no chão que varro.

Na penumbra não tem fome ou sede,

Combina-se ao solo do vale verde,

Descansando minguada a brisa calma.

Simplesmente se entrega à inexistência,

Não reclama a Deus ou pede clemência,

Por que é só barro sem alma.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 29/08/2012
Reeditado em 13/02/2014
Código do texto: T3855512
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