Efígie turva

Só a morte oferece as vestes lutuosas,

E eu capaz de chorar tanta chuva,

Sem dissolver gota a gota a efígie turva

Da paralitica entre as negras rosas.

Só a morte para ecoar as falas chorosas,

Fazendo correr na face ,cascata uva,

Quem perde a essência da vida, enviúva,

Perde o vigor para caminhar nas veredas luminosas.

Só a morte faz sentir tanta falta,

Fazendo sua voz cantar triste flauta,

Nessa hora enferma, de sofrimento,

Morre também a pessoa que chora,

Pois tem vista cega, destituída de aurora,

Desejando cair no mesmo esquecimento.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 29/08/2012
Reeditado em 29/08/2012
Código do texto: T3854765
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