Efígie turva
Só a morte oferece as vestes lutuosas,
E eu capaz de chorar tanta chuva,
Sem dissolver gota a gota a efígie turva
Da paralitica entre as negras rosas.
Só a morte para ecoar as falas chorosas,
Fazendo correr na face ,cascata uva,
Quem perde a essência da vida, enviúva,
Perde o vigor para caminhar nas veredas luminosas.
Só a morte faz sentir tanta falta,
Fazendo sua voz cantar triste flauta,
Nessa hora enferma, de sofrimento,
Morre também a pessoa que chora,
Pois tem vista cega, destituída de aurora,
Desejando cair no mesmo esquecimento.