SOLIDÃO É MORTE LENTA

Ela vem chegando sorrateira; silenciosa.
Assim nos alcança com longos braços frios.
Sem rancores ou alegrias, portando uma rosa,
negra flor que desabrocha em negros rios.

Rios  que deslizam volumosos e salgados,
amargos das lágrimas dos que ficam sós,
trazem momentos de tantos desesperados;
insanas águas que afrouxam...desatam nós.

Por esses rios vem se achegando; decidida;
rosa na mão esquerda; na direita o açoite.
Zune o castigo; rasga úmida ferida,

no peito dos desvalidos, na longa noite.
A solidão planta a flor n'alma distraida,
lenta, mata. Fosse antes,pela fria foice. 

 

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Marisa Silveira Bicudo
Enviado por Marisa Silveira Bicudo em 25/08/2012
Reeditado em 16/11/2013
Código do texto: T3848377
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