MUNDOS REMOTOS
Deem passagem aos mortos depois das despedidas,
Eles precisam cumprir as suas sagas,
Pois devem partir com suas mentes vagas,
Para as terras longínquas, esquecidas.
Cubram de beijos suas profundas feridas,
Pois dores terríveis sentiram nessas chagas,
Para que um pouco das dividas fossem pagas
E não sofressem tanto com o cessar da vida.
Iluminem os caminhos sombrios com velas,
Gravem mensagens nas graníticas estelas
E coroem com as rosas a cama dura dos mortos.
Deixem que partam entre a espessa neblina,
Trazida pelo sopro da morte que os confina
Para cruzarem a fronteira rumo aos mundos remotos.