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CREPÚSCULO
[CCCXLVII]


 
Hora crepuscular, da faina após,
quando todos se metem já consigo,
no átimo em que muitos dão abrigo
aos mistérios mais íntimos, a sós.
 


O olhar do lusco-fusco, sobre nós,
sorri, tristonho, qual se de castigo;
da noite a calma cai, em tom amigo,
porém do dia pondo um fim à voz.
 


Hora crepuscular e quanta essência!
Ateu, medita: existe a Providência,
ou estarás, agora, sendo um triste?
 


E d’alma a luz lhe diz, só de memória:
lê muito a dialética da História,
que a Natureza, sim, na certa existe.


Fort., 04/08/2012.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 04/08/2012
Reeditado em 04/08/2012
Código do texto: T3813173
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