C'a caneta tinteiro à mão leve
vôo, traçando curvas e linhas retas
ao repousar da memória, surto breve
dum viver languente que encetas.
Lembro-me bem de tudo que tivemos
dos amores e fulgores ausentes...
que se foram c'mo tudo, em oceanos,
lacrimosamente - em esquálidos motes.
Que das minhas mãos foram escriturados...
pingos eXcUrrentes nestes papéis molhados...
na solitária tarde que permanece - silenciada.
Sepulcral por vezes, c'a retina embaçada...
na tarde acinzentada pela minha triste sina...
ao repousar tanto langor e dor que desatina!