JANELAS ABERTAS
Nos puros da infância, correndo liberto...
Assim, meu amor, meu amor, tu me deixas!
Derramas levezas e amenos nas queixas
que outrora secavam-me – sede em deserto.
Embalas em sono sereno os alertas
do medo que ardia-me às costas, tal seixo
lançado em rudeza, quebrando-me o eixo
da roda de crenças em vida de ofertas.
Salvaste-me, encanto, do arfante destino
de andar pelas horas matando o menino
que mora nos homens que, amados, deliram.
Desenhas, colores de ledos meu mundo
e acendes o escuro de cada segundo,
me abrindo janelas que nunca existiram.