JANELAS ABERTAS

Nos puros da infância, correndo liberto...

Assim, meu amor, meu amor, tu me deixas!

Derramas levezas e amenos nas queixas

que outrora secavam-me – sede em deserto.

Embalas em sono sereno os alertas

do medo que ardia-me às costas, tal seixo

lançado em rudeza, quebrando-me o eixo

da roda de crenças em vida de ofertas.

Salvaste-me, encanto, do arfante destino

de andar pelas horas matando o menino

que mora nos homens que, amados, deliram.

Desenhas, colores de ledos meu mundo

e acendes o escuro de cada segundo,

me abrindo janelas que nunca existiram.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 30/07/2012
Código do texto: T3804782
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