Soneto (Título? Dê o seu)
A vida canta sempre, sempre, ainda
que a máquina atrapalhe o recital.
Toda a vida é um potente sarau
na varanda de uma nuvem infinda.
A arte vai além do vendaval
e dos destroços, a luz é bem-vinda.
Até a pedra do mundo, ancestral,
dilui-se na poeticidade linda
que sereniza os ângulos mais graves,
as ermas formas duras deste mundo,
tornando-as mais brandas, mais suaves,
e a carne, esse anjo podre, vagabundo,
transcende além o tempo e, entre as aves,
atinge a poesia em seu mais fundo...