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houve uma vez, além do aqui, onírico espaço
centro e eixo perfeitos, sinais de paz,ódio exaurido
uma era longínqua era de cânticos, lira e melodia
Com manhãs azuis, brisa leve e girassol se abrindo
brilhantes réstias deslizavam entre galhos do bosque
e na madrugada inocentes viam esferas do céu caindo
os olhos puros eram janelas de ofuscável magenta
e palavras ditas eram como selos confiáveis se espargindo
tão longínquo está a argêntea era desse tempo
onde cantaria hosanas e seria um anjo de luz
inalcançável, utópico, por certo o sinto perdido
meus braços tentam em vão alcançar o laço
já não sou capaz, e como areia solta e fina se esvai
nas mãos nada mais retenho, sou anjo encardido
Foto: por mim