A ROSA
A rosa que é tua, que pena que tem
espinhos que furam, fininhos e vis,
parecem daninhos vilões em ardis,
machucam nos dedos e n'alma também.
Deslizo nas pétalas, folhas, raiz
da rosa do enlevo que sinto, meu bem,
que danem-se os dedos sangrados e nem
me importo com alma tingida de gris.
Enfrento os espinhos, valente de amor,
aguento as fincadas por todo o meu ser;
então, chego à rosa e me adentro no céu.
Meu sangue se adoça ao mesclar-se no mel
que encontro no gosto e no cheiro a me arder.
Não há noutra flor tanto encanto e sabor!