PÁSSARO LIVRE
Sou melro que não canta aprisionado,
que tem, sem o esplendor, seu voo extinto...
Com mel de flores várias fomentado,
sou colibri que suga por instinto...
Errante que precisa das estradas,
deleite em outros leitos, outros braços
de violas sob as noites estreladas
em terras diferentes, soltos laços.
Não tenho culpa, flor, se não me bastas,
desejo as emoções diversas, vastas,
faminto por delícias, mais sabores.
É injusto que se espere de um só ser
o tudo, todo o céu do bel prazer.
Mas juro, és o melhor dos meus amores!