Fim da vida

O fim da vida é a perda da batalha

O sopro essencial foge da narina

Dizem que segue para a fonte divina

E ao pó retorna a carne canalha.

O corpo é envolto por lençol de mortalha

Com Vista para a lúgubre colina,

Quem morre tem uma estranha sina,

Inércia , porque no pó não se trabalha.

O novo mundo é um mar de finados filhos,

De lírios murchos que perderam os seus brilhos,

Das gaseificadas, putrefatas epidermes,

Entre os grãos grossos e finos de poeira

Dormem os inválidos na cama dura de madeira

Corroídos, minguados pelos vorazes vermes.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 10/07/2012
Código do texto: T3770048
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