A PENA DE MIM
Preso dentro desta minha caverna,
Tantos anos que tão tristes passados,
Numa só noite que me é já eterna;
O eu grudado à sombra dos condenados!
Costuro assim meu corpo, neste musgo
Da pobre penitência, que morta
Ainda me habita! Vêm-me o eu rusgo,
Que ajoelha-se - e diante da porta...,
...Do inferno, que como uma boca se abre
E engole, a vil cruz deste meu pecado!
Ah, dor! Que causei só a mim tão sentida...,
...Condene-me com um golpe de sabre;
Deixe o sangue vazar negro ao meu lado,
Onde a pena do eu, matou minha vida!