A PENA DE MIM

Preso dentro desta minha caverna,

Tantos anos que tão tristes passados,

Numa só noite que me é já eterna;

O eu grudado à sombra dos condenados!

Costuro assim meu corpo, neste musgo

Da pobre penitência, que morta

Ainda me habita! Vêm-me o eu rusgo,

Que ajoelha-se - e diante da porta...,

...Do inferno, que como uma boca se abre

E engole, a vil cruz deste meu pecado!

Ah, dor! Que causei só a mim tão sentida...,

...Condene-me com um golpe de sabre;

Deixe o sangue vazar negro ao meu lado,

Onde a pena do eu, matou minha vida!

Setedados
Enviado por Setedados em 06/07/2012
Reeditado em 24/07/2012
Código do texto: T3764470
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