Templário

Não fiz mais oferendas aos ocasos,

não mais me inebriei de fantasias...

Deixei de crer nos deuses da poesia

e nunca mais reguei os velhos vasos.

Joguei os sonhos loucos ao descaso

depois que declinei da idolatria,

perdi o dom do verbo em melodia

de tanto chorar rios nos olhos rasos.

Já livre da paixão dos visionários

queimei o que restou do relicário

disposto a ser descrente dos amores.

Porém tu me acenas com promessas

e todo fanatismo recomeça

nos templos que constrói por onde fores.