Capti Lunae
Quando vem, entre noites perfumosas,
esta Lua, de cândido luzeiro,
é que vejo no meu olhar primeiro
o vapor suavíssimo das rosas.
É tão pura, de encantamento e glosas,
serestada num madrugar ligeiro;
permanece fulgindo no cruzeiro
o mistério sutil a que desposas.
Poderia em mil astros sem ser eu
aos delírios, num fresco raio seu,
serenar-me nas mágicas poções?
Mas ser Lua de fósforos gritantes,
faz agora o sentido do que antes
exalava o aroma dos caixões!