BEIJO GLACIAL

Oh,dama que morre,tem os lábios frios,

Carnes voluptuosas da tropical agave,

Coração trancado pela morte com a basal chave,

E olhos transbordando os sinuosos turvos rios.

Oh,dama tem os seios cansados, frios

No lugar dos braços,asas da extinta ave,

Espero que Deus no paraíso a geleira da sua alma lave

Soprando em ti os célicos matinais ventos brios.

Oh,dama caí nas armadilhas mortíferas,

Com fraca respiração, desce as zonas aquíferas,

Quando percebe a vida fugindo do seu meigo traço facial

Porque a traiçoeira morte pouco a pouco lhe toma,

Afundam os lábios púrpuros no permanente coma,

Insurgindo das trevas o quarado beijo glacial.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 08/06/2012
Código do texto: T3712825
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