BEIJO GLACIAL
Oh,dama que morre,tem os lábios frios,
Carnes voluptuosas da tropical agave,
Coração trancado pela morte com a basal chave,
E olhos transbordando os sinuosos turvos rios.
Oh,dama tem os seios cansados, frios
No lugar dos braços,asas da extinta ave,
Espero que Deus no paraíso a geleira da sua alma lave
Soprando em ti os célicos matinais ventos brios.
Oh,dama caí nas armadilhas mortíferas,
Com fraca respiração, desce as zonas aquíferas,
Quando percebe a vida fugindo do seu meigo traço facial
Porque a traiçoeira morte pouco a pouco lhe toma,
Afundam os lábios púrpuros no permanente coma,
Insurgindo das trevas o quarado beijo glacial.