Soneto ao meu pai
Ferviam emoções ao fim da tarde,
Descendo sobre a lágrima contida,
O pranto no lembrar, já sem alarde,
E a esperança de vê-lo ainda em vida.
Eu jamais calarei desta ferida
Que no tempo rasgando, o peito arde.
Pela urna de meu pai se encomprida
O meu último olhar: fundo e covarde!
Talvez, em hora alguma, saberei
As razões poderosas desta Lei;
(Escrevendo solidões ao meu lado).
E abrindo, nas estâncias do Destino,
Os carinhos ansiados no menino
Que perdido ficou pelo passado.
Vitor Silva
2009-2013