Amor Platônico
Descende das esferas de safira,
teu corpo virginal de grã tortura,
é como ver subir na vaga alvura
o pranto serenado em carne e lira.
Das mãos desfalecendo formosura,
ao toque na emoção de vossa pira,
reflete o leve gozo que delira
beber teu coração na sacra altura.
Beijando o carmesim do sonho puro,
quisera tê-la agora e no futuro
das vagas deste amor desconhecido.
Que fosse entesourar a vida e morte,
de quem a elegeu por sua consorte,
e apenas a deseja enternecido.