MAIS DO MESMO
Encerrado, espremido, isolado na cela
tenebrosa do pânico no âmago inserto,
a deixar, tão equídeo, que cravem-me a sela
da arrogância que abate perdidos no incerto...
vou chorando lembranças que aos poucos eu mato
desta vida – miuçalha deixada no canto –
Eu, chinelo esquecido em estupro no mato...
Minha história ressoa tal fúnebre canto...
E nesta árida alfurja enterrando-me a graça,
eu degluto o lamento que dentro em mim grassa...
Pós o esputo ao revés que, famélico, espira...
E na angústia que torna-me incrédulo e cego,
extermino meus planos de outrora, eu os sego
e os derramo, em detritos, na força que expira.