Purgatório
“Essa maldita e desgraçada vala
Tantos mais cães em lobos vê tornados
Quanto mais corre e mais caudal resvala.”
Purgatório – Canto XIII – Dante Alighieri
Um grito se desprende em vozes tenebrosas,
É o canto dos perdidos que clamam no além
A luz desperdiçada, a paz que não mais tem,
Cruzando no destino as cruzes tão nervosas.
Um sopro de oração, ter prece no mais zen,
Que eleve o coração das almas tormentosas;
Viver o amor maior num mar todo de rosas,
É pleno ao se lembrar de quem não fez o bem.
A morte, meu amigo, é um trocar de blusa,
Aquilo que na vida a alma sempre usa,
Irá nos amanhãs também usar de novo.
Não pode o ser humano, em pranto, se negar;
Se hoje planta dores, vive a ignorar
Que a paz no mais celeste está em ser renovo.