Para Sempre
A voz que ainda escuto na memória
Recria meu andar ao som do hino;
Ensina sem saber se era ensino,
Alteia sem saber se foi por glória.
Quisera novamente ser menino,
De novo escutar a mesma estória
Contada pelo avô em promissória,
Pra hoje descontá-la em meu destino.
A saudade é a artista do infinito;
Quanto mais os seus quadros são guardados,
Mais profundo é o talhe no granito
Que perfuma insistências do sermão:
Para sempre adornar-se nos passados
O que agora se expõe ao coração.