DEVANEIO
Oh que visão!... Oh que visão!... Oh que assombro!
Vi-te toda prosa, leve, andando na rua,
Os cabelos longos e negros caídos no ombro;
Fantasiei ver-te no banho totalmente nua!
Acompanhei com a vista teu requebrado:
Sumiu, linda, morena; tão instável como a lua,
Bela imagem no cérebro agora guardo;
À tona trarei, quando sentir saudades tua.
Às vezes imaginoso, por nada, à toa,
Paro com o olhar perdido, fico sonhando:
Vejo a roupa colar, molhada pela garoa,
Mostrar os teus contornos; uma transparência...
Quanto mais penso, mais a roupa vai colando,
Até chegar suave... Levemente a indecência!