Ninfa dourada

Óh,morte por que não me atinge com sua flecha?

Para que eu possa rever a ninfa dourada,

Cativa no vale da noite,estrela de sol abismada,

Em que o chuveiro gotejador de raio luminoso se fecha.

Entre os espinhentos arbustos, abra uma brecha,

Mesmo uma passagem apertada,

Para que escorra esta alma desesperada

Por tocar na jovem extinguida,apenas uma mecha

Dos racemosos, dourados cabelos,

Vida,me fleche! Morte se feche!Estenda o seu selo,

Fazendo no corpo deprimido um invólucro,

Que se separa da alma com sombra sonífera,

Permitindo que se desça as raízes da fissura mortífera,

Conduzentes à garganta do faminto sepulcro.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 19/05/2012
Reeditado em 23/06/2012
Código do texto: T3676120
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