Almas silenciosas
As almas nos mundos baixos são sem lucidez,
Opacas, murchas, chorando pela vida passada,
Famintas por uma mão santificada
Que lhes toquem e retirem a lividez.
As almas não ouvem as preces, tem surdez,
Habitam o interior da última camada
Em que não cresce a vida, é desventurada,
Sofrem tímidos na absoluta mudez,
Rastejam febris nas labaredas de fogo,
Ocupadas com seus pecados não ouvem o rogo
Do arcanjo enviado pelo piedoso Deus,
O único capaz de ouvir a silencio dos filhos,
Sofrendo nos túmulos dos infernais trilhos,
Só o altivo é capaz de ouvir a suplica dos que disseram,adeus.