Almas silenciosas

As almas nos mundos baixos são sem lucidez,

Opacas, murchas, chorando pela vida passada,

Famintas por uma mão santificada

Que lhes toquem e retirem a lividez.

As almas não ouvem as preces, tem surdez,

Habitam o interior da última camada

Em que não cresce a vida, é desventurada,

Sofrem tímidos na absoluta mudez,

Rastejam febris nas labaredas de fogo,

Ocupadas com seus pecados não ouvem o rogo

Do arcanjo enviado pelo piedoso Deus,

O único capaz de ouvir a silencio dos filhos,

Sofrendo nos túmulos dos infernais trilhos,

Só o altivo é capaz de ouvir a suplica dos que disseram,adeus.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 17/05/2012
Reeditado em 22/05/2012
Código do texto: T3672356
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