"APÓLOGO: O MARTELO E O PREGO" (I)
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“-Tu me bates sem cansar, sem dó nem piedade.
Tua covardia deve ser por puro ciúme.
Não sei o que se passa, daí o meu queixume,
Pois procuro uma resposta para essa atrocidade!”

“-Não te queixes demais. Tu sabes o meu motivo.
Quanto mais reclamares, serei mais impiedoso.
Tua cabeça não é oca, disto sou consciencioso,
Por isso, faça ela te mostra a razão, meu motivo!...”

Conversa vai... Conversa vem... E não há pausa:
O martelo sobe e desce; o prego se enterrando.
Na madeira, vai pouco a pouco penetrando.

De repente, num estalo, o prego volta à causa:
“-Já entendi tua dor nas pancadas que me dás,
Tua revolta é que eu viajo, e tu ficas para trás!...”

                      
                                         (ARO. 2005)
                              
 
 martelo
Profaro
Enviado por Profaro em 16/05/2012
Reeditado em 22/06/2013
Código do texto: T3671445
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