VOLTA PRÁ VER

Vem ver a vida cheia de esperança
debruçada em cada lírio deste jardim
doce e selvagem que restou de mim,
semeado apenas à tua lembrança.

Vem ver a paz de um sonho envelhecido
pelas manhãs cansadas de um mesmo pranto
e pelos caminhos onde andei, a cada canto,
buscando em vão não ser esquecido.

Vem ver da aurora que a noite derradeira
derramou no riso. E no meu olhar,
a mágica luz de viver uma vida inteira.

Vem ver desta inútil ausência a felicidade
surgir, como a que não me pudeste dar
e que andei buscando nos vãos da saudade.