Porão da Vida
Porão da Vida
Jorge Linhaça
Corro e só vejo as portas cerradas
Vou às janelas, lacradas estão
Subo e desço dezenas de escadas
Mas não consigo sair do porão
Se as saídas se mostram fechadas
Neste abandono, nesta escuridão
Lá fora brilham as muitas fachadas
Sempre escondendo a minha prisão
Não há saída, somente o silêncio
Nenhuma fresta qu’eu possa alargar
Choro e grito no meu pensamento
Sinto meu medo no peito calar
Qual uma faca de fio ferrugento
Que minha vida despeja no mar
Salvador,2 de maio de 2012.