DÚVIDAS
Das dúvidas, escuto a ventania
uivando a norte, sul, a leste, oeste
e desvairado em vil desarmonia
eu não consigo rumo que me preste.
Teimoso, não desisto da eufonia
no som do vento em galhos do cipreste
erguido em meu sombrio dia-a-dia,
mas a incerteza afirma-se inconteste.
E mais escuto as dúvidas nos ares...
Ai, quero, quero a música dos pares,
mas lamuria o vento em minha essência...
Às dores de viver pairando incerto,
no anseio edaz de ser do vão liberto,
eu cumpro, a ouvir vazios, a existência.