Soneto da Alma

E os sonhos lhe trouxeram novamente,

Mas a realidade cruel teima em afastar.

O desejo efêmero é voraz com a alma.

Vem de um infinito, dentro do peito.

Como posso negar a essa vontade que devora?

Fugir? Se ela me acompanha por onde for.

Arrancar? Se faz parte do que ainda sou.

Nada posso fazer, se não me render a isso.

Como um câncer, assim vejo o amor!

É um devorador de almas, por chamas.

Da minha mesmo, só sobrou as cinzas.

O resto ele inflamou em seu ardor.

Até o corpo que é de carne sofre

Com a alma incurável de tanto amor.

Gabriel Davila
Enviado por Gabriel Davila em 02/05/2012
Código do texto: T3644918
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