Soneto da Alma
E os sonhos lhe trouxeram novamente,
Mas a realidade cruel teima em afastar.
O desejo efêmero é voraz com a alma.
Vem de um infinito, dentro do peito.
Como posso negar a essa vontade que devora?
Fugir? Se ela me acompanha por onde for.
Arrancar? Se faz parte do que ainda sou.
Nada posso fazer, se não me render a isso.
Como um câncer, assim vejo o amor!
É um devorador de almas, por chamas.
Da minha mesmo, só sobrou as cinzas.
O resto ele inflamou em seu ardor.
Até o corpo que é de carne sofre
Com a alma incurável de tanto amor.