O SONETO

Em qualquer forma que eu seja aqui escrito,

Destroçam minha carne e o meu esqueleto,

Mas, sobro-me em sonoro e meigo grito.

Em verdade estou vivo... Sou eu um soneto!

Posso ser decassílabo heróico,

Tratado como tal se eu for profundo,

No instante que também sou paranóico,

E minha grande mágoa dita ao mundo.

E se com doze sílabas me atino,

Mais nada eu quero. Vivo-me igualmente!

Sou eu sim! O tal soneto alexandrino.

E ecoando este meu ego finalmente,

Como o badalar numa igreja, o sino;

Serei a voz do meu livro em sua mente!

Setedados
Enviado por Setedados em 25/04/2012
Reeditado em 14/06/2012
Código do texto: T3632576
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