FINAL
Eu pálido no seco desencanto
de teu amor que em sangue e suor goteja
nos meus anseios todos e troveja
seus gritos que me expele, em susto, o pranto...
Eu cálido nas brasas do quebranto
de teu amor que fogo em mim bafeja
e estraga e murcha a rúbida cereja
viçosa da ilusão de eterno encanto...
Ai, não suporto mais o amor mortiço
que crava ao peito chumbo tão maciço
e lento, lento, arrasta seu final!
Nós éramos folhagens se alastrando
e somos, ora, pedras se quebrando
aos golpes da rotina vil, letal.