Soneto do amor inoportuno.
Selam-se as veias da razão
Ai,Amor inoportuno,
Bate nas portas do noturno
Da quase extinta dimensão.
Finjo não sentir com tamanha precisão
Que pareço não mais amar
A lua que tento nas águas afogar
Para salvar- me das bocas que nos infligem a exceção.
Minha fantasia, não chefio,
Mãos ferventes, seladas,
Peles não acanhadas,
Destituídas do tímido arrepio.
Ai, veias da razão seladas
Por que é imposto ao amor o desafio
De amar em noites sombrias,culpadas e veladas?