SOLIDÃO

A solidão, que nos afeta noite e dia,

Deixando marcas que o tempo não apaga,

Fere profundamente a alma e se propaga

À nossa volta, a infundir melancolia

No coração, imerso em dor e nostalgia,

Sem que se tenha um só minuto (triste saga)

Do que era, dantes, um amor que embriaga

E faz, de cada hora vivida, uma alegria

Mas eis que os velhos sortilégios do destino,

Sem, nem ao menos, um consolo ou mero aviso,

Fazem haver escuridão onde era luz,

Impondo assim, a um viver, pesada cruz

E dando à vida um rumo incerto, impreciso,

Como se fora, tudo enfim, um desatino.

Interação ao magistral soneto Sem Saída, da amiga e exímia poetisa

Milla Pereira.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 19/04/2012
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