SANTA IGNORÂNCIA!
Odir Milanez
Chicotes lacerantes O fustigam,
enquanto fariseus, em burburinhos,
a fúria dos soldados mais instigam,
embrutecendo os atos comezinhos.
A cruz pesada impede que prossigam.
Jesus, jogado ao chão, poreja vinhos.
Fios de sangue a sua face irrigam,
advindos das chagas dos espinhos!
Um braço aborta a bruta esfoladura
dos ombros de Jesus, vence a distância
ao cimo do calvário. Atroz agrura!
“Tenho sede!” Vinagram sua ânsia.
O peito alguém lanceia. Ele murmura:
“Perdoa, ó Pai, a santa ignorância!”
Como chorou por Ti a dor da infância
de minh’alma, Jesus, quando era pura!
JPessoa/PB
05.04.2012
oklima
Sou somente um escriba |