TORMENTA

Minhas árvores, tristes, perderam as folhas...

Meu canteiro viçoso tomado por pragas...

A secura dos ares quebrou minhas vagas...

E meus pássaros mortos expostos em bolhas...

Esperança na essência em manentes encolhas...

Minha força e coragem queimaram-se em chagas...

Ao reagir e insistir, traspassaram-me adagas...

E remorsos surraram as minhas escolhas...

E afoguei-me nos ácidos frios da ausência!

Eu berrando e bebendo a nefanda dolência...

Consumindo-me os nervos, a vida sumiu!

Eu perdi meu sentido, meu rumo, meu tudo,

quando tu me traíste e arrancaste-me o escudo...

Quando o amor escorreu-se de mim. E caiu.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 03/04/2012
Código do texto: T3591585
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