Olho de gato
Escondes, te proteges, qual um gato,
Das águas que a teu corpo se projetam.
Te sacrificam, já que te seletam,
Fazendo-te um objeto escato.
Refém, tu és, pois foste bicho ingrato
E em teu orgulho é onde te acertam.
Recolhem a luz dos olhos que secretam,
Refletem dores postas em seu pasto.
Teu sonho, tão incerto, tão incauto,
Que mostra o medo e ati apresentam,
Temores arranhados por teu fato.
E foges, pois tu sabes que enfrentam,
E buscam a luz de teu olho de gato,
Lutando contra a garra a que atentam.