Segredo
Sou fogo na cama fria
Nas dunas do lençol
Quando se apaga do céu o farol
E escurece os últimos raios do dia.
Amor que não devia
Sair das fronteiras do quarto.
Apenas ficar no coração a aturar infarto,
murchar na esperança em paralisia.
Sentimento efetivado em segredo
Que põe a doçura na boca
E na partida o sabor azedo.
Tem no tapume do peito voz rouca
Que implora que não tenha partida, cedo
E abandono da alma que morreria louca.