Negros e arcanos

Deus, quando conto o que restam dos anos.

Sinto medo das sombras, perco vinte

Dos prantos já sou ouvinte

E testemunha dos danos.

Quem dera os golpes da morte serem enganos,

Serem algodão, leves penas

Arrastadas para longe por brisas serenas

Com seus véus negros e arcanos.

Receio dormir, não mais voltar do sono

Tenha piedade,benevolência

Do espirito que nem da própria vida dono

Ao poupar me dos gritos em condolência,

Sem ascender ao seu glorioso trono,

Iluminado por raios boreais oriundos da sua essência.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 25/03/2012
Reeditado em 19/05/2012
Código do texto: T3574666
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