FARPAS NO OLHAR
Com farpas proferidas pelo olhar,
perfuras esperanças e purezas...
Fagulha de teu ódio a deflagrar
severa guerra em fogos de rudezas...
Aos sais cristalizados de asperezas,
tu bebes, com teu fel, alheio mar...
Enquanto alheio mar te rói cruezas,
tu privas seu preciso navegar...
Assim, não se desvendam as paragens
de vívidas, belíssimas paisagens
perdidas em distâncias do existir...
E tu, com tuas farpas, cegas seres...
Banindo-lhes percursos e cresceres,
entrevas, preconceito, o audaz porvir!