BEIJA-FLOR
Voa, voa, pequeno beija-flor...
Brinca ao vento, vibrando-te as asinhas,
mima as flores, em breves paradinhas,
que, dengosas, entregam seu dulçor...
Gira, gira, cintila cor aos ares
e fascina, ao dançares nos jardins,
esses homens reclusos nos confins
de seus medos e mágoas e pesares...
Beija-flor, da janela te contemplo
a fazer, deste mundo, nobre templo.
Eu aqui, a aprender demais contigo...
Ah, como tu me ensinas, meu amigo!
Enquanto, contra a vida, faço guerra,
trabalhas, reflorindo tua Terra.