BEIJA-FLOR

Voa, voa, pequeno beija-flor...

Brinca ao vento, vibrando-te as asinhas,

mima as flores, em breves paradinhas,

que, dengosas, entregam seu dulçor...

Gira, gira, cintila cor aos ares

e fascina, ao dançares nos jardins,

esses homens reclusos nos confins

de seus medos e mágoas e pesares...

Beija-flor, da janela te contemplo

a fazer, deste mundo, nobre templo.

Eu aqui, a aprender demais contigo...

Ah, como tu me ensinas, meu amigo!

Enquanto, contra a vida, faço guerra,

trabalhas, reflorindo tua Terra.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 15/03/2012
Reeditado em 15/03/2012
Código do texto: T3555313
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