MEUS FANTASMAS
Completamente tomado pela ansiedade
quis hoje ser diferente, talvez de granito,
e assim árido, sem vida e sem vontade
não possuiria alma, não estaria tão aflito.
Que sentimento é esse que me intimida?
Qual a motivação para esse sofrer maldito
que faz com que me sinta sempre de partida
Com o coração sangrando a sufocar seu grito?
A razão me diz que é o preço que ora pago
Por lembranças que em minha alma trago,
involuntariamente, como um cruel castigo.
Rostos sem expressão, os nomes esmaecidos,
vozes do passado que confundem meus sentidos,
agora sei, são os fantasmas que trago comigo.
Belém - Pa, setembro de 1982