NEOANTROPOFAGISMO
Imaginar, sentir tua boca qual cova louca,
Entreabrindo-se e expondo lavas da terra,
Como se um simples arroto fosse pouca
Coisa que preenchesse túmulos de guerra.
É tarde pobre noite de fome viciada,
A história se arrasta no solo dos idiotas,
Triste baía tão impura esta enseada,
Tóxico no precipício sereias nas locas.
É verdade... Minha fome não tem nome,
Nem carne gordurosa nem sal nem osso,
Tua formosura meu coração consome.
Acho que meu leito é que está desfeito,
Sou um canibal um antropofágico fosso,
Comer um bom tom de homem direito.
10/03/2012 SSABA