NEOANTROPOFAGISMO

Imaginar, sentir tua boca qual cova louca,

Entreabrindo-se e expondo lavas da terra,

Como se um simples arroto fosse pouca

Coisa que preenchesse túmulos de guerra.

É tarde pobre noite de fome viciada,

A história se arrasta no solo dos idiotas,

Triste baía tão impura esta enseada,

Tóxico no precipício sereias nas locas.

É verdade... Minha fome não tem nome,

Nem carne gordurosa nem sal nem osso,

Tua formosura meu coração consome.

Acho que meu leito é que está desfeito,

Sou um canibal um antropofágico fosso,

Comer um bom tom de homem direito.

10/03/2012 SSABA

Walter BRios
Enviado por Walter BRios em 10/03/2012
Código do texto: T3547020
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