O POETA

Vivia encantado, cantando esperança...

E via no escuro vestígio luzente...

Havia em sua alma candor de criança...

Sorvia da vida o mais doce presente...

Semeava nos campos de si a aliança...

Cuidava da terra, ele aguava a semente...

Brilhava nos páramos seus confiança...

Doava um amor fraternal, complacente...

Mas gestos perversos de ultrajes ferinos

feriram seus brios, calaram seus sinos.

Sofreu vilipêndios demais, vilanias...

E mesmo com todas as perdas sofridas

e fés abaladas, paixões carcomidas...

Ah! Não se enfurece, compõe poesias.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 09/03/2012
Código do texto: T3544124
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