O POETA
Vivia encantado, cantando esperança...
E via no escuro vestígio luzente...
Havia em sua alma candor de criança...
Sorvia da vida o mais doce presente...
Semeava nos campos de si a aliança...
Cuidava da terra, ele aguava a semente...
Brilhava nos páramos seus confiança...
Doava um amor fraternal, complacente...
Mas gestos perversos de ultrajes ferinos
feriram seus brios, calaram seus sinos.
Sofreu vilipêndios demais, vilanias...
E mesmo com todas as perdas sofridas
e fés abaladas, paixões carcomidas...
Ah! Não se enfurece, compõe poesias.