É a Rima Quem Me Anima

Quantas horas já passei em branco

Para qu'em branco não passem meus versos

Pra que meu estro não se torne manco

No desencanto do meu universo

S'em minhas linhas o sangue estanco

metrificando o que é desconexo

O pé quebrado eu deito no banco

Para curar-se do vício perverso

Não é desprezo nem é ironia

E muito menos será pedantismo

É que me agrada verter a poesia

tentando dar-lhe algum brilhantismo

Inda que a hora pareça tardia

E veja as rimas jogadas no abismo