A DANÇA DE DIANA

E sobre a Terra, o veludo molhado, negro manto

Sem ser notada, Diana descansa intensamente

Ela, mulher, deusa, santa, satélite, serpente

Logo desperta suave do sono de acalanto

Desliza um pouco a mantilha e converte-se em crescente

Revela o colo, seus ombros apenas, entretanto

Despe-se toda a rainha das deusas e do encanto

Nua e belíssima: cheia de graça livremente!

E quem contempla a mulher no seu banho, em sua alcova

Logo perdido se vê. Mais um ciclo dela encerra

Ela se cobre, a minguante serpente se renova.

Numa neblina de nuvem, incenso gris na acerra

Sem ser notada, Diana se torna fria e nova

E o manto negro, molhado veludo sobre a Terra