Soneto a ti

Quando não existir mais nada
Nem mesmo o menor fio de lembrança
Quando as folhas caírem
E forem arrastadas pelo vento
Quando o limbo engolir o tempo
E as estrelas se apagarem
Quando as águas secarem
E os mares se transformarem em desertos
De dunas gigantescas de areia
Ali estarei
Para proclamar meu amor
Ao nada
Ao vento
Ao limbo
Ao tempo
As areias e a você
Você que é maior que tudo
Quando tudo for recriado
E eu
E você
Formos também
Ainda assim te amarei
Por que meu amor
É o átomo do tempo
Que se alimenta de sua essência
E nunca terá fim.