“TRICOTOMIA”

Quando eu virar defunto

Não quero sepultamento

Pode deixar-me ao vento

Para servir de transunto.

Desça um urubu asçunto

Minha carcaça devore

E que por mim ninguém ore

E, nem de mim chegue junto.

Deixe-me à chuva e ao sol,

Da aurora ao arrebol

Seja o micróbio meu algoz...

Deixo assim, hoje, escrito:

Diga minh’alma ao meu espírito,

Daquele corpo, enfim sós.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 17/02/2012
Reeditado em 17/02/2012
Código do texto: T3503844
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.